Sandra Loffreda
Os defeitinhos delas...


"Com sua licença mestre Vinícius, mas nada é mais bonito que os defeitinhos delas.

A maniazinha delas demorarem se arrumando, como se preparassem para uma sessão fotográfica, quando, no entanto, vão tão somente encarar mais um dia de trabalho. Quando aparecem arrumadas, cheirosas, despertando os olhares dos homens que são atentos à beleza feminina, deixando-os lambendo os beiços.

A conquista que já é direito delas quererem ser sempre as primeiras: em saber uma novidade, em usar o banheiro, em se servir à mesa, em ver estrelas.

A segurança e o altruísmo que as invadem tornando-as macias e amanteigadas quando estão amando. Ficam com o coração florido, no sorriso brilha as estrelas, nos olhos a lua e no entre pernas o sol.

Os encantadores sinaizinhos de nascença no corpo delas. Que para elas são defeitos, mas que tornam o atendo admirador criança, querendo brincar de ‘ligue os pontinhos’, só para ver aonde vai dar.

Os carinhos estabanados que elas nos fazem quando as presenteamos com algo que elas há muito desejavam, salpicando estabanadamente nosso rosto e o colarinho da nossa camisa nova com seu batom desconcertante.

A calcinha sexy que elas esquecem de propósito no Box do banheiro só para provocar nossa imaginação masculina muito tempo depois.

O gemidinho incontido que elas soltam quando fazem amor, mesmo tendo visita dormindo no quarto ao lado.

O medinho compreensível que elas ficas quando saem para beber, com medo de exagerar na dose e vir a dar vexame ou acordar na cama ao lado do melhor amigo.

A exagero de força de vontade delas ao seguirem a dietinha delicada de folhas de alface, enquanto nos empanturramos com uma saborosa feijoada.

A necessidade que elas têm de ouvirem um ‘eu te amo’ sincero quando fazem amor, antes, durante e depois, mesmo sem fôlegos.

O jeitinho delas quando se põem místicas, colecionando cristais, calculando mapa astral, acendendo incensos uns mais cheirosos que o outro.

É, mestre Vinícius... Agora entendo porque os literatos lhe consideravam o poeta dos diminutivos, é que a beleza está na delicadeza das pequenas coisas.

Por isso, já não sei mais o que é defeito e o que é qualidade. Talvez seja porque só o amor é capaz ver e aceitar os defeitos e qualidades das pessoas, como faces opostas e reluzentes de uma valiosa moeda."

Moacir Willmondes
 Amor próprio - Aquarela - 2009
Bejocas estaladas

1 Response
  1. Anônimo Says:

    San,

    grato pela homenagem.

    Eu, mesmo escrevendo de forma despretensiosa, quando vejo um texto meu publicado em outro espaço, ainda mais de bom gosto como o seu, fico tão feliz, não faz ideia. Saber que meus suspiros foram compartilhados...

    Abraço apertado e um ótimo sábado!!!


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